A biópsia hepática, também denominada de biópsia do fígado, é um exame médico, que consiste na retirada de um pequeno pedaço do fígado, como amostra para ser analisado no microscópio pelo médico – que irá diagnosticar e avaliar todas as possíveis doenças que estão prejudicando o órgão, como por exemplo: as hepatites, doenças sistêmicas, doença hepática gordurosa não alcoólica, cirrose e até o câncer. Essa análise minuciosa serve como diagnóstico e a antecipação de doenças benignas e malignas presentes no fígado.
O procedimento é realizado no hospital e funciona da seguinte forma: retira-se uma parte mínima do fígado com uma agulha especial, em um processo semelhante a uma cirurgia. Posteriormente, o paciente fica internado e depois recebe alta para manter o repouso em casa.
Há dois tipos de biópsia hepática:
Randômica – Voltada para identificação de doenças que envolvem o fígado inteiro, sendo possível a retirada do pequeno fragmento em qualquer parte do órgão.
Focal – Apenas é retirada uma amostra de local específico, que apresenta alteração, como o exemplo do nódulo. Essa biópsia não pode ser de qualquer parte do fígado.
Para entender melhor, é relevante destacar que se a biópsia hepática for referente às doenças benignas, a retirada do fragmento do fígado, é para confirmar e medir a gravidade de determinadas doenças, como hepatites não virais, gordura no fígado, inflamação contra as células repletas de gorduras e entre outras. Já no caso das doenças malignas, a biópsia é destinada ao diagnóstico e estudo genético de tumores do fígado como o hepatoblastoma, carcinoma hepatocelular, câncer colorretal de pâncreas, mama, pulmão, estômago, próstata e dentre outros.
Como a biópsia hepática, geralmente, costuma analisar alterações do fígado, as principais indicações da sua realização, incluem:
No entanto, o procedimento só é feito depois da realização de outros exames apresentarem lesões e falta de informações sobre o órgão.
Como é realizada à biópsia hepática?
Para realizar a biópsia do fígado, utiliza-se uma agulha especial para esse tipo de procedimento, que remove uma pequena amostra para análise de alterações do órgão. Existem diversas técnicas que podem ser adotadas pelo médico, sendo considerada a mais comum a biópsia percutânea, na qual, a agulha passa pela pele até o fígado, localizado no lado direito do abdômen. Esse tipo deve ser realizado com anestesia ou sedação. Para guiar a biópsia e localizar a região da amostra, pode ser utilizado exames como a ultra-sonografia e tomografia computadorizada. É comum que o médico retire 3 amostras, mas isso depende de cada caso. O procedimento costuma durar em média meia hora.
Outra técnica utilizada, é quando se inseri a agulha na veia jugular para alcançar o fígado pela circulação. Além dessa, existe a biópsia laparoscópica, que consiste numa pequena incisão no abdômen, onde um dispositivo com uma mini-câmera é inserido para detectar a região do fígado na qual se encontra o material.
Após a biópsia, o paciente não deve fazer esforços, para que o processo de cicatrização seja mais rápido e adequado. Caso ocorra algum tipo de dor relacionada ao procedimento, o médico pode recomendar o uso de um analgésico.
O que deve ser feito antes do procedimento?
Antes de realizar a biópsia, recomenda-se que o paciente fique de jejum, de cerca de 6 a 8 horas. Além disso, o médico solicita a suspensão de uso de medicamentos que interfiram de algum modo na coagulação do sangue, durante uma semana, conforme orientação médica. Existem algumas restrições antes da biópsia, porém são dadas pela clínica e o médico responsável pelo procedimento. Avalia-se a saúde do indivíduo e os fatores de riscos, eliminando apenas o necessário para que a biópsia seja segura. Durante a consulta é comum que sejam feitas as algumas perguntas para iniciar o tratamento. O recomendado é seguir todas as orientações do médico.
A importância do diagnóstico por meio da biópsia hepática
Destaca-se que a realização da biópsia hepática é o meio eficaz de diagnosticar as possíveis alterações no fígado e nas vias biliares. É um exame importante para avaliar se existe a presença de células cancerígenas, nódulos hepáticos, cirrose, graus de hepatites B e C, e se há eficácia terapêutica do fígado. A biópsia do fígado é um procedimento seguro, que normalmente, é solicitado após outros exames já terem detectado alguma alteração não conclusiva, entre quais:
Exame de sangue: Solicitado para avaliar AST, ALT, GGT, albumina, tempo de protrombina e lactato desidrogenase. Os valores indicam quando o fígado está afetado. É recomendado também quando a pessoa apresenta sintomas como urina escura, dor abdominal, pele amarelada e inchaço no órgão.
Exame de imagem: Trata-se da ultrassonografia, tomografia computadorizada, elastografia e a ressonância magnética, que a partir de imagens mostram a estrutura do fígado, facilitando a identificação de tumores, cistos e lesões.
A partir disso, entende-se a relevância dos exames, e, principalmente, da biópsia para o processo de investigação de uma doença, seja para diagnosticá-la, como para descartar a sua presença. Nota-se que muitas pessoas ainda possuem o receio de realizar o procedimento, mas as suas complicações são raras e reversíveis, não há com o que se preocupar, se estiver sob acompanhamento de um médico especializado e experiente.
Já em relação ao receio e a preocupação com a biópsia, ressalta-se que o fato do profissional pedir a sua realização, não significa uma suspeita de câncer, pois é um meio indicado para identificar diversas outras patologias – que podem ser menos graves. Além disso, o procedimento não costuma ser doloroso. A falta de informação que acaba distorcendo a realidade acerca da biópsia hepática, que não traz riscos à saúde, pelo contrário, só apresenta vantagens.
A biópsia hepática é sem dúvidas, fundamental para o diagnóstico de doenças, bem como para sua prevenção, uma vez que, pode trazer com antecedência problemas do fígado, o que colabora para o início de um tratamento bem-sucedido e uma boa recuperação. A investigação dos fragmentos retirados na biópsia e seus respectivos resultados, é algo que pode salvar inúmeras vidas. Ao descobrir antecipadamente as alterações no fígado, o indivíduo logo pode tratar da enfermidade ou até mesmo descartar as suspeitas de sua existência no órgão.
Recuperação após a biópsia
Depois de realizar a biópsia do fígado, o indivíduo deve permanecer no hospital para ser acompanhado pela equipe médica por algumas horas. Nesse tempo é verificado o seu quadro de saúde para que não ocorra nenhuma complicação. Em geral, o paciente recebe alta no mesmo dia. É recomendado manter os cuidados necessários com o curativo, que deve estar sempre limpo e somente retirado depois de 2 dias se estiver com a cicatrização segura. Deve-se evitar molhar a gaze e observar se há alguma presença de sangramentos. Qualquer sintoma como febre, tontura, dor intensa ou desmaios, é preciso ir ao médico imediatamente para uma avaliação.
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