O câncer no ânus corresponde a cerca de 3% das neoplasias que acometem o sistema gastrointestinal. Embora raro, os casos estão aumentando a cada ano por conta da maior incidência de fatores de risco. Os tumores se manifestam mais comumente na borda do ânus dos homens ou no canal anal das mulheres.
Existem vários tipos de tumores e o mais comum nessa região é o carcinoma epidermóide que corresponde a 98% dos casos. Quando não é tratado a tempo o câncer anal pode se espalhar para outras partes do corpo, em um processo chamado de metástase. A partir desse estágio a chance de cura é muito pequena.
Quando o diagnóstico é precoce e o tratamento adequado o prognóstico é positivo na maior parte dos casos.
A principal causa do insucesso no tratamento de neoplasias (câncer) é a demora para procurar ajuda médica e ser diagnosticado. No caso do câncer anal isso é ainda mais preocupante, pois seus sintomas são inicialmente discretos. Comumente a pessoa acometida por tumores anais apresenta intestino preso ou solto, coceira e inchaço na região, ou até mesmo apenas um leve desconforto.
Muitas vezes esses indícios são ignorados por serem confundidos com hemorroidas ou apenas prisão de ventre ou diarreia. É aí que mora o perigo: quando o câncer anal começa a manifestar sintomas maiores já está em estado avançado e com as chances de sucesso do tratamento comprometidas.
Por isso é importante consultar um médico especialista mesmo que os sintomas sejam amenos. Fique atento também ao aparecimento de caroços, dor ao evacuar e sangramento, mesmo que discreto.
A principal causa do desenvolvimento dessa condição, atualmente, é a infecção pelo vírus HPV. O HPV, ou vírus do papiloma humano, é sexualmente transmissível e age causando lesões em mucosas. Quando não tratadas essas lesões podem se tornar neoplasias, ou seja, câncer.
Além do câncer de ânus o vírus do HPV também pode causar câncer de garganta e colo do útero.
A doença não é transmitida exclusivamente por sexo anal, mas também por vaginal e oral. Por ser assintomático nos estágios iniciais é frequente o número de pessoas que o transmite sem saber. A principal forma de prevenção é o uso de preservativo durante qualquer ato sexual e exames regulares para detectar o vírus.
Além da infecção por HPV existem outros fatores de risco:
Para se prevenir do câncer anal é importante usar preservativo em todas as relações sexuais, ter uma alimentação saudável e evitar fumar e beber. Além disso é importante consultar um proctologista ou coloproctologista regularmente e no mínimo sinal de problema, pois diversas condições que afetam a região anal podem evoluir para uma neoplasia caso não sejam tratadas a tempo e adequadamente.
Como os sintomas são muito genéricos é importante realizar um exame para descartar a possibilidade de estar com um tumor anal. O proctologista ou coloproctologista vai realizar o exame de toque retal ou anuscopia e proctoscopia. Atualmente esses exames são indolores e rápidos, além de imprescindíveis para detectar problemas na região. O médico irá retirar um pedaço das lesões para análise em laboratório.
Essa análise, a biópsia, vai ser o que diz com certeza se é uma neoplasia e qual o seu tipo. Com esse exame também podem ser encontrados pólipos, que serão retirados, evitando que se tornem lesões malignas posteriormente. Se confirmado o diagnóstico de câncer é necessário exames complementares, como ressonância magnética e ultrassonografia para saber o grau de evolução da doença e se atingiu outros órgãos.
Quanto mais cedo os tumores forem detectados, menos invasivo será o tratamento e maior sua chance de sucesso. O convencional é que seja feita a radioterapia ou quimioterapia para atingir as células cancerígenas. Embora seja um tratamento com colaterais ainda é a forma mais moderna e eficiente de se tratar a doença.
Nos casos mais avançados pode ser necessária uma amputação abdominoperineal, que é a retirada cirúrgica do final do reto.
Lembre-se que apesar da internet ser uma fonte de conhecimento ela não substitui um profissional da saúde. Os sintomas do câncer de ânus são discretos e facilmente confundidos com problemas menos graves. Não espere que eles desapareçam sozinhos nem tente resolvê-los por conta própria.
Um médico proctologista ou coloproctologista é o profissional capacitado para diagnosticar e tratar esses problemas.