Fissura Anal: Como Tratar?

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Dor e desconforto ao evacuar, sangramento e coceira são indícios que você pode estar sofrendo de fissuras anais. Elas são feridas de formato linear que acometem a região anal, podendo até se tornar ulcerações mais graves em alguns casos. É difícil estimar qual parcela da população é atingida pelo problema pois além do constrangimento que faz com que não procurem ajuda, elas são muito confundidas com hemorróidas. Esses são dois fatores que impedem que o tratamento correto seja aplicado, prolongando o sofrimento.
Ambos os sexos podem ser afetados pela condição e, embora crianças também possam manifestar fissuras na área, ela é mais comum em jovens e adultos. Existem dois tipos de fissura anal, a crônica e a aguda. Na aguda o problema é resolvido dentro de seis a oito semanas com o tratamento clínico.

Quando essa cicatrização não ocorre nesse período, mesmo com todos os cuidados necessários, é caracterizada a fissura anal crônica, que leva a uma série de complicações. Nesse quadro as feridas apresentam um aspecto inchado e inflamado, com excesso de tecido fibroso na borda da fissura. A isso se dá o nome de plicoma sentinela. Em alguns casos a ulceração pode ser tão grande que é possível ver o músculo interno do ânus, o esfíncter interno.
Embora não se saiba exatamente por que as fissuras agudas se tornam crônicas, tudo indica que os fatores que causam essa complicação são a isquemia (falta de fluxo sanguíneo) e a obstrução linfática causada pela inflamação inicial.
Como qualquer problema de saúde o ideal é que seja analisado e tratado por um médico especialista, um coloproctologista, desde o início dos sintomas diminuindo muito as chances de complicações.

Como sei que tenho uma fissura anal?

Os problemas que acometem a região anal geralmente têm sintomas muito parecidos. As hemorroidas, as fissuras anais e até mesmo o câncer colorretal compartilham manifestações que aos olhos leigos parecem indistintas. Todas essas condições, por exemplo, podem ocasionar dor ao evacuar, sangramentos, coceira e desconforto ao sentar. Apenas um médico capacitado é capaz de diferenciar qualquer um desses diferentes problemas. Quanto antes você souber qual doença te atinge, mais rápido vai poder iniciar o tratamento, possibilitando uma melhor resposta do organismo.

Como se trata fissura anal?

O mais importante é que você não irrite mais ainda as feridas. Muitas receitas caseiras disponíveis na internet são perigosas justamente por conter substâncias potencialmente irritantes e alérgicas para a sensível região anal. Não coloque em risco sua saúde por medo ou vergonha de procurar um médico.
Além do tratamento clínico indicado para seu caso – que pode variar desde pomadas tópicas até cirurgia dependendo da extensão das lesões – você pode tomar alguns cuidados que vão ajudar a alcançar um resultado positivo no tratamento:

Mudanças na dieta: É essencial regularizar o funcionamento do intestino não somente para curar as fissuras anais, mas também para garantir todo a saúde do organismo. Aumente a ingestão de fibras – como frutas e verduras- e evite alimentos processados, optando sempre por grãos integrais.
Beba mais líquido: Sabemos que 90% do nosso corpo é formado por água, e essa substância é indispensável para todos os processos orgânicos, inclusive do funcionamento intestinal e da cicatrização das ulcerações.

Evite roupa íntima de tecido sintético: Sempre que temos um corte ou machucado o ideal é deixá-lo limpo e seco. Com a região anal não é diferente. Tecidos sintéticos e calças apertadas fazem a região transpirar, aumentando o número de bactérias e desequilibrando a saúde da pele do local. Prefira calças mais largas, saias e vestidos e invista em roupas íntimas de algodão. Com isso você também previne pelos encravados – que podem se tornar abscessos – e infecções na região genital.
Higiene adequada: Em casa, deixe o papel higiênico de lado e tome um banho morno com sabão neutro depois de evacuar. Sempre use produtos hipoalergênicos na área, sem corantes e fragrâncias que possam causar alergia ou irritação.
Em nenhuma hipótese aplique qualquer tipo de substância – natural ou manipulada – sem o consentimento de seu médico. Você pode acabar irritando a pele e piorando a situação. Geralmente são receitadas pomadas anestésicas e anti inflamatórias para ajudar com o problema. Use apenas as que seu médico indicou e não confie em indicações de terceiros: Por melhor que seja a intenção algumas substâncias atrapalham o tratamento.
Não fume: Fumar prejudica a irrigação de nutrientes e oxigênio de todo o corpo, deixando a pele mais frágil e dificultando a cicatrização.

POR QUE É TÃO IMPORTANTE PROCURAR AJUDA MÉDICA?

A fissura anal geralmente cria um círculo vicioso no organismo. As fezes endurecidas provocam as ulcerações. Sendo assim, ao evacuar a pessoa sente dor e inibe a próxima evacuação. Isso piora a constipação, alterando ainda mais a textura dos excrementos que quando saírem irão agravar as fissuras. É importante tratar os dois problemas juntos, descobrindo se não existe nenhum tipo de condição maior que cause a prisão de ventre.
Diarréia recorrente também pode causar fissura anal por conta do repetido esforço na região. Caso você tenha notado alterações persistentes na sua frequência intestinal, seja diarreia ou constipação e principalmente alternância entre as duas, procure um proctologista ou coloproctologista com urgência, pois pode ser um indício de câncer colorretal. Comente com seu médico:
Quando começaram os sintomas
Se você sente algum desconforto abdominal ( sensação de estufamento, gases, sensibilidade)
Se existe sangramento e qual quantidade ( discreta, moderada, intensa)
Se houve perda ou ganho de peso não intencional nos últimos meses.

INDICAÇÃO CIRÚRGICA:

As fissuras anais crônicas geralmente não correspondem a tratamentos clínicos tópicos ou orais. Nesse caso é indicado a cirurgia.

A taxa de sucesso é muito alta, e apenas 3% dos pacientes apresentam sequelas que prejudiquem a qualidade de vida (incontinência fecal) e é mais comum em mulheres que passaram por parto normal e já tiveram essa região fragilizada. O objetivo da intervenção e religar o abastecimento sanguíneo da região que foi prejudicado pela inflamação, permitindo assim que o tecido cicatrize corretamente. Durante a cirurgia todo o tecido danificado é retirado, permitindo que o organismo se recupere.
Embora a cirurgia seja uma solução eficaz o melhor é não deixar que as fissuras se tornem crônicas. Nem sempre é possível impedir essa complicação mas, procurar atendimento médico com um especialista quanto antes é a única forma de impedir essa progressão.

1 Comentário

  1. Maria disse:

    Muito obrigado pela informação!

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